"O ato da conquista de um grande sonho reflete o sucesso nas lutas diárias para alcançá-lo." - Kléber Novartes

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Liberdade

Como todos os treinadores, sou adepto de processos ofensivos com movimentações tácticas bem estruturadas, e fico extremamente satisfeito quando vejo os jogadores a interpretarem correctamente durante o jogo, todas as movimentações que durante a semana são treinadas e que nos dão tanto trabalho a desenvolver e a planificar. No entanto, sou totalmente contra a “mecanização” dos processos ofensivos, pois acima de tudo, sou um “fervoroso” adepto da criatividade e da liberdade “mental” do atleta durante o jogo.

A beleza e espectacularidade deste desporto reside essencialmente na capacidade criativa dos atletas, e são esses momentos que fazem com que as pessoas gostem e venham assistir a um jogo de Futsal, pois para a maioria dos adeptos o mais importante não é se o golo foi obtido numa jogada estratégica que é treinada diariamente, mas sim a forma de como foi efectuado o passe, o drible ou o remate. Por vezes, nem sequer se lembram dos golos, mas sim das “fintas” ou do passe que um jogador fez num determinado momento do jogo…

Como já tive a oportunidade de escrever, uma das qualidades que eu mais admiro e valorizo num atleta é a sua capacidade de tomar (boas) decisões, e é isto que diferencia os grande atletas, daí que, se não dermos esta “liberdade” ao atleta de poder optar e decidir as suas acções, optando antes, por o “obrigar” a tomar as decisões que lhe são impostas por uma rigidez táctica, limitaremos não só a evolução do atleta, mas principalmente a evolução do próprio jogo.
Os jogadores não são máquinas, por isso devemos-lhes dar sempre a possibilidade tomar as suas decisões, para que evoluam constantemente e se tornarem melhores (e consequentemente a nossa equipa também será melhor), em vez de “castrar” a sua capacidade de decidir, que fará com que o atleta estagne (e consequentemente a nossa equipa) e que nunca consiga atingir níveis superiores.

Ouço muitas vezes, os treinadores dizerem que têm bastantes mais dificuldades em jogar contra equipas desorganizadas e anárquicas tacticamente do que contra equipas bem organizadas e com um modelo de jogo bem definido e estruturado. Eu concordo plenamente, e tudo tem a ver com o seguinte: o improviso. Por exemplo: quando efectuamos uma observação a um adversário que é organizado, conseguimos observar rapidamente a organização táctica ofensiva/defensiva que utiliza (3.1; 4.0; 2.2, etc), se defende zona ou individual, na 1ª ou 2ª linha, os lances estratégicos (livres, cantos, lançamentos laterais), etc, etc, e durante a semana preparamos a nossa equipa em função do conhecimento que temos desse adversário, no entanto, se formos observar aquela “equipa de bairro” que não tem modelo de jogo definido e só vive da capacidade técnica, criativa e de improvisação dos seu jogadores em todas as suas acções, dificilmente conseguiremos prepara a nossa equipa em função disto, pois é impossível prepararmo-nos para o improviso…

Apesar de tudo, defendo obviamente, que uma equipa organizada tem mais possibilidades de ter sucesso do que uma equipa sem organização, e quem trabalha mais e melhor geralmente tem melhores resultados, e logicamente devem existir organizações e movimentações tácticas bem definidas, no entanto, do meu ponto de vista, o sucesso dessas acções advêm de uma eficaz convergência entre a organização e a criatividade, potenciando a capacidade de análise e decisão dos atletas, tornando-os mais responsáveis pelas suas acções, e dando-lhes liberdade para escolher as suas opções, no fundo tudo se resume a uma liberdade… com responsabilidade!

Pensem nisto e opinem…

Abraço
Pedro Silva

sábado, 22 de dezembro de 2007

Boas Festas!!

Desejo a todos os treinadores, atletas, dirigentes e adeptos do Futsal em geral, um excelente Natal e um fantástico Ano Novo!
Abraço e Saudações Futsalísticas!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Estou de volta!

Confesso que não estava a pensar voltar tão cedo ao activo, e apesar dos varios convites que tive durante este período, o que me cativou mais foi do Invicta Futsal Clube, pois foi sem dúvida, o projecto mais sólido, organizado e seguro, dando-me garantias de que o sucesso deste "ambicioso" projecto vai ser uma realidade.
Com apenas 2 anos de existência federado, o objectivo consiste em levar o clube até aos Nacionais em 4 a 5 anos, mas de uma forma bem estruturada e sustentada.
As condições de trabalho são fabulosas, não falta absolutamente nada aos treinadores e atletas e têm sempre várias pessoas a prestar apoio diariamente nos treinos, desde directores a fisioterapeutas.
A organização é incrível e bem melhor de que alguns clubes da 1ª divisão nacional, daí que não tenho dúvidas que vamos atingir o nosso objectivo num prazo muito curto.

Por isso este não é seguramente um passo atrás, mas dois à frente, pois permite-me desenvolver um trabalho à minha imagem, desde praticamente a sua base, com ambições e objectivos bem delineados, absorvendo também os escalões de formação, que vão ser um bandeira do clube a partir da próxima época, e decididamente espero ficar durante muito tempo ligado ao clube e a todos seus sucessos futuros que vão colocar o Invicta Futsal num patamar merecido!

Estou de facto muito empolgado e cheio de "ganas" para voltar ao trabalho.

Mais uma vez, quero agradecer publicamente todos os convites que me foram efectuados, pois encheram-me de orgulho e confiança, fazendo-me sentir valorizado!

Obrigado.
Pedro Silva

A Sorte.

Ouço com frequência as seguintes afirmações: “perdemos por falta de sorte” ou “devíamos ter ganho, mas tivemos azar”, etc, etc.
É certo que a sorte é um elemento do importante do jogo que não podemos esquecer, no entanto na minha opinião, podemos trabalhar para que a “sorte” surja mais vezes.
Por exemplo: se a nossa equipa falha muitas situações de finalização em superioridade numérica, isto será: falta de sorte ou falta de trabalho?
Se erra passes constantemente, se sofre muitos golos na zona central ou ao 2º poste, se dribla em zonas proibidas e perde a bola, se sofre muitos golos de 5 para 4 ou se não consegue finalizar de 5 para 4, na ala, no centro, etc, etc
Será tudo isto falta de sorte ou necessidade de trabalhar mais?

A mim, todos estes exemplos parecem-me antes necessidade de trabalhar mais o passe, o remate, as movimentações, a concentração, as tomadas de decisão, etc (ou simplesmente azelhice, mas isso já é outro problema…).

O que eu tenho a certeza é, quanto mais trabalharmos estes aspectos nos nossos treinos de forma correcta e específica (continuamente e repetidamente), a nossa equipa melhorará e evoluirá, e todas as acções acima indicadas vão seguramente tendo mais sucesso e garanto que a “sorte” vai aparecer muitas mais vezes (até para os mais azelhas)!

No fundo, é como diz o velho ditado, “ a sorte protege os audazes”, ou então como eu costumo (e prefiro) dizer, a sorte dá muito trabalho!

Abraço e pensem nisto…

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Uma questão de mentalidade...

No passado fim-de-semana tive a felicidade de estar presente num colóquio de Futsal organizado pela FPF, que teve como prelector principal, Jesus Candelas (foto), actual treinador do Fadasa Interviú (Ex-Boomerang), "simplesmente" o treinador com mais títulos do mundo…

Foi uma experiência fabulosa, primeiro por estar rodeado de “gente” do futsal, principalmente treinadores, alguns cujo qual eu nutro uma admiração especial por serem referências, e outros pela relação de amizade que já tenho e que são sempre sinónimo de boa disposição e boa conversa futsalística, mas a experiência foi de facto maravilhosa, principalmente pela possibilidade de ver e ouvir “in loco” as ideias do Jesus Candelas, mais concretamente, a sua mentalidade, forma de pensar e actuar no Futsal, que me pareceu ser comum a todos os outros treinadores do País vizinho.

Ao ouvir o treinador espanhol, compreendi que um das diferenças entre Portugal e Espanha é de facto a mentalidade competitiva, ou seja, geralmente em Portugal joga-se para não perder e em Espanha joga-se para ganhar, e a demonstração disso é a meia final do Europeu, onde se viu nos momentos decisivos quem estava a jogar para ganhar e quem estava a jogar para não perder…

Um exemplo concreto, durante o colóquio num determinado momento, um treinador perguntou ao Jesus Candelas o que teria sido a sua atitude se fosse ele o treinador de Portugal e estivesse a vencer por 2-0 a 7 minutos do fim, ao que ele prontamente respondeu de pronto: “jogava de 5 para 4!”, colocando boquiaberta a plateia (que tinha alguns dos melhores treinadores nacionais presentes) com a resposta, e que a maioria de pronto discordou.
Acho que esta resposta elucida bem a diferença de mentalidade entre os treinadores Portugueses e os Espanhóis, e eu pessoalmente concordo totalmente com esta acção, pois assim, a jogar de 5 para 4, a equipa Portuguesa conseguiria não só ter mais posse de bola (o 5 para 4 não serve apenas para recuperar resultados em situação de desespero, mas também para ter posse de bola), mas também conseguiria fortalecer a equipa do ponto de vista psicológico, pois demonstrava atitude e vontade de vencer, e enfraqueceria psicologicamente a sua rival, que ao ter que recuperar 2 golos, ainda tinha que se defender desta sagaz acção ofensiva à sua baliza…

A meu ver, ao ser incutida esta mentalidade vencedora diariamente nos treinos e jogos, faz com que os jogadores percam o medo de assumir e de conviver com a pressão nos momentos decisivos, e desta forma vão trabalhando a confiança, as tomadas de decisão, etc, fortalecendo-os de forma colossal, quer do ponto de vista técnico-táctico, mas principalmente do ponto de vista mental.

Eu sei que não é fácil ter este tipo de atitude, e que uma das principais razões para que esta mentalidade não mude é o facto da maioria dos dirigentes só pensarem em resultados em prol de exibições e que, se algo não corre bem, pode dar em despedimento do treinador… e ninguém quer correr esse risco, no entanto, cabe-nos a nós, em prol da espectacularidade e da evolução da “nossa” modalidade, correr esses riscos, e fazer tudo por tudo para que o Futsal ainda se torne muito melhor…

Por isso peço aos treinadores (e dirigentes) que cultivem uma mentalidade vencedora diariamente e que preparem as suas equipas para jogar para ganhar, pois só assim conseguiremos atingir níveis de excelência, pois se a Espanha é campeã da Europa e do Mundo o deve em muito à sua mentalidade e de querer evoluír constantemente, fugindo da medíocridade do "já não preciso mais", procurando sempre o "quero ainda mais"!

Pensem nisto e opinem…

sábado, 24 de novembro de 2007

Obrigado...

Durante esta última semana tenho ficado surpreendido com as várias mensagens de apoio que tenho recebido, e desta forma quero agradecer publicamente a todos os que me têm ligado, enviado mail’s ou mensagens, o vosso apoio e preocupação por mim.

Gostava também de agradecer a todos os clubes que me convidaram durante este período, e apesar das propostas em questão não terem ido ao encontro das minhas expectativas e ambições, deixaram-me muito feliz e orgulhoso, e com a excelente sensação de reconhecimento do meu trabalho.

Esta semana foi “esquisita”, pois ainda me estou a adaptar a uma realidade diferente, quebrando uma rotina de anos a planificar e a orientar treinos e jogos, mas confesso que me tenho sentido bem e tenho aproveitado para reflectir muito sobre o meu futuro e sobre o que espero vir a encontrar daqui para a frente…

Tranquilamente vou esperando que me surja a oportunidade e projecto ideal que vá de encontro aos meus objectivos (e sonhos), aproveitando para desfrutar deste período “sabático” para adquirir mais conhecimentos e experiências que seguramente contribuirão para me tornar um treinador melhor.

Por fim e enquanto espero… vou tentar dedicar-me mais ao blog.


Abraço a todos e OBRIGADO por tudo.

Pedro

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ao fim de 10 anos deixei o meu clube do coração...



"Pedro Silva deixa comando dos Séniores e deixa uma mensagem de agradecimento.

Depois de uma reunião entre a direcção e o treinador, ambas as partes chegaram a acordo, ficando decidido que o técnico já não continuará ao comando da equipa sénior masculina.

Na hora do adeus, o "Mister" deixa esta mensagem de despedida:

Pois é, algum dia tinha que acontecer, ao fim de quase uma década fabulosa, vou deixar de pertencer aos órgãos técnicos da EDCG e seguir outros caminhos... na certeza que um dia hei-de voltar.

Foi já na longínqua época de 1998/1999 que eu iniciei a minha carreira no Futsal, depois de 2 anos de experiência como treinador de Futebol, recebi um convite da direcção da Escola de Gondomar para criar a 1ª equipa de Infantis na EDCG, e, sinceramente, jamais pensei que iria ficar por cá tanto tempo...Durante estas 9 épocas, treinei todos os escalões da EDCG, desde Feminino (onde também criei a 1ª equipa Júnior Feminina) a Masculino, terminando nos seniores masculinos (onde fazem parte do plantel alguns atletas pertencentes ainda a essa 1ª equipa de infantis), e nesta hora só me posso orgulhar do trabalho que fiz, e de ter ajudado o “nosso” clube a crescer e a tornar-se numa referência de nível nacional. No entanto, o meu principal orgulho reside sem excepção, nas pessoas que tive o privilégio de conhecer, desde atletas, treinadores, directores, pais, simpatizantes, etc, e que durante quase uma década me apoiaram, incentivaram, criticaram, aturaram, ensinaram, no fundo que me ajudaram a crescer, contribuindo de uma forma decisiva não só para a minha formação como treinador, mas principalmente como pessoa, preparando-me para que possa seguir o meu caminho pleno de confiança e com a certeza de um futuro de sucesso.

Por fim, quero dizer que JAMAIS deixarei de pertencer a esta família, pois este sempre será o MEU CLUBE, e que nunca vou deixar de acompanhar e festejar as suas vitórias da mesma forma que festejo hoje, com a paixão e dedicação de um aficionado que ama o seu clube.

Obrigado a TODOS e contem sempre comigo!

O vosso AMIGO.
Pedro"

Fonte: http://www.escoladegondomar.blogspot.com/


sábado, 10 de novembro de 2007

Decidir, essa tarefa difícil…

Durante o nosso dia a dia, a todo momento somos obrigados a tomar decisões, quase sem nos apercebermos, ex: decidir que caminho vamos fazer hoje para ir para o emprego ou se vamos ao banco antes ou depois do almoço, etc.

No entanto, a importância das nossas decisões é vital para a nossa vida quotidiana, pois por vezes uma má decisão pode levar a situações complicadas com repercussões graves.

Pelo facto de que decidir é difícil, as pessoas que têm mais poder de decisão, geralmente destacam-se na sociedade em geral, e são por isso, pagas muitas vezes a peso de ouro por essa capacidade que têm, como por exemplo os gestores das empresas, chefes de departamentos, etc.

Transportando isto o desporto, os atletas e treinadores para terem sucesso, têm, obrigatoriamente, que ter um excelente poder de decisão, pois só assim conseguem atingir os níveis de competência exigidos, pois as decisões num jogo de Futsal, acontecem de forma permanente (com espaços de segundos) e é o reflexo dessas decisões que decidem os resultados dos jogos.

No entanto, também há atletas que têm bom poder de decisão, e que gostam de decidir, e procuram a bola a todo o momento para assumir o jogo, mas que depois tomam as decisões erradas e acabam por prejudicar a equipa.

Por isso, acho que é muito importante treinar o poder de decisão diariamente, efectuando exercícios que obriguem o atleta a ter que decidir permanentemente, levando-o a escolher sempre as melhores opções numa determinada situação, e corrigindo-o sempre que toma as decisões erradas, demonstrando o porquê da decisão ser a errada e os reflexos negativos que mesma teve, pois nos jogos, indubitavelmente, ganha sempre a equipa que toma mais vezes as decisões acertadas e que por isso erra menos vezes.


Quanto aos treinadores, a sua tarefa é muito árdua, pois têm que tomar decisões (difíceis) a todo o momento, quer durante a semana em que aparecem várias situações de decisão, quer relativas ao treino, quer da condução dos atletas (castigos, repreensões, etc), decisão da convocatória, que estratégia que vai utilizar, que jogadores utiliza durante o jogo, etc, no fundo, tal como faz um gestor ou chefe de departamento numa empresa.

Resumindo, o mais importante (para todos), é não fugir quando se tem que tomar decisões, pois por vezes, vale mais decidir mal do que não decidir, e escolher bem as decisões que toma, analisando os prós e contras (por vezes numa fracção de segundo), para que seja tomada a melhor opção, pois maioritariamente, é o êxito das nossas decisões que determinam o nosso sucesso!

Pensem nisto e opinem...

Abraço
Pedro Silva

sábado, 27 de outubro de 2007

O poder da mente...

Durante a minha formação como atleta, só ouvia os meus treinadores a falarem sobre a “força física”, ou a dizer que tínhamos que “treinar muito para estar fortes fisicamente”, no entanto, o que me preocupava era o facto de a prioridade para os meus treinadores ser sempre a força física, em detrimento da força mental ou psicológica, o que na minha opinião considerava um erro grave.

Por esta razão, decidi, desde muito cedo, estudar e aprofundar conhecimentos sobre o poder da mente, neste caso específico, a de um atleta.

Após análise, verifiquei inúmeros exemplos de atletas, cuja força mental os levaram a atingir níveis extraordinários, apesar de estarem fisicamente debilitados, existindo até exemplos de atletas lesionados que conseguiram bater recordes mundiais…

Por tudo isto, considero que, num atleta, o mais importante não é a sua forma física mas sim a sua forma mental, pois é esta a base para que o atleta consiga render, pois por muito que o atleta esteja em forma do ponto de vista físico, se não estiver bem mentalmente, jamais conseguirá atingir os seus objectivos, pois faltar-lhe-á, entre outros, a confiança e a concentração necessárias para cumprir com as suas obrigações na quadra.

Considero então, que a forma do atleta é 80 % Mental e 20% física, e esta deve ser a principal prioridade que treinador deve trabalhar para que a sua equipa consiga ter rendimento, pois também houve algo que aprendi ao longo dos anos de estudo, por detrás de um atleta ou equipa campeã, está sempre um grande treinador

Pensem nisto e opinem.

Abraço,
Pedro Silva

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O treinador

Na minha opinião, considero que para se ser um treinador, seja de futsal ou de outra modalidade qualquer (principalmente colectiva) tem que dominar 3 factores fundamentais:



1 - Saber correctamente planificar, estruturar e organizar o dia-a-dia da sua equipa, nomeadamente os treinos e os jogos e tudo o que isso engloba, sendo para isso vital, conhecer muito bem o clube que orienta, quais as suas dificuldades, a sua estrutura, etc, de forma a que a planificação seja compatível com a realidade do clube.


2- Ter uma boa relação com todas as pessoas que englobam a sua equipa, seja a técnica, directiva, etc, mas principalmente os atletas, e para isso não discuto a melhor forma de o fazer, pois depende de pessoa para pessoa, da personalidade do treinador e/ou jogadores, bem como do "meio" em que está inserido o clube, o importante é manter as pessoas motivadas, tendo a certeza de que todos "darão tudo o que têm" pela a equipa em qualquer circunstância! No entanto, eu defendo, uma proximidade com os jogadores (e restantes elementos), de forma a que sintam que eu sou "um deles", e que eles sintam que são parte integrante nas decisões da equipa, escutando as suas opiniões, críticas, etc, partilhando emoções e tentando sempre estar a par dos seus problemas, quer pessoais, quer profissionais, etc. Ou seja, devemos tratá-los como "amigos", obviamente demarcando que a última decisão é SEMPRE a do "Mister".


3- Saber "ler" o jogo e ter a capacidade para "mexer" correctamente durante o mesmo, pois é isto que define se o treinador ou não tem capacidade para ocupar o lugar que ocupa.


Qualquer treinador que seja mau em algum destes 3 factores, mesmo que seja excelente nos outros, jamais será um treinador bem sucedido, no mínimo terá que os dominar razoavelmente, sendo o equilíbrio destes factores, a chave do sucesso...

No fundo, tudo se resume à função principal, a capacidade de liderança!


Pensem nisto e...opinem.


Abraço

Pedro Silva

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Futsal = Inteligência

Já há algum tempo que não escrevia qualquer coisita… por isso, hoje lembrei-me de escrever sobre algo que considero fundamental para jogar Futsal, a inteligência…

Para mim, apenas pessoas inteligentes podem jogar Futsal, pois que não tiver este “atributo” jamais poderá praticar esta modalidade, visto que, ao contrário do que se possa pensar, o Futsal não se joga com os pés, mas sim com o cérebro…

Se é verdade que admiro os jogadores que utilizam a inteligência quando têm a posse da bola, que inventam jogadas, que efectuam passes precisos, que têm visão de jogo e que escolhem sempre a melhor opção, valorizo ainda mais aqueles que são inteligentes quando não têm a bola, o que é mais difícil, e que para mim, é a grande diferença dos grandes jogadores em relação aos outros… pois se analisarmos uma partida de Futsal, verificamos que um atleta passa a maior parte do tempo sem a bola do que com ela, até porque, só existe uma bola para dez atletas, ou seja, quando a bola está na posse de um atleta os outros nove não a têm…daí que considere que o mais importante num jogo de Futsal é a movimentação dos atletas (ofensiva e defensiva) quando não têm a posse da bola, pois toda a gente sabe se movimentar com bola (passe, condução ou drible), no entanto, a grande diferença entre os maus e bons jogadores é que os bons sabem sempre o que têm fazer quando não têm posse da bola, e para isso é preciso “pensar” o jogo a todo o momento, ou seja, ser inteligente….

Pensem nisto…e opinem.

Abraço,
Pedro Silva

A minha equipa...

EDCG - 2007/2008

Em cima: André, Julião, J.P., Luis, Marcos, Elson, Ninja e "Mister".
Em baixo: Futre, Ivan, Rica, Sousa, Filipe, Tiago e Nuno.

sábado, 15 de setembro de 2007

Os gestos técnicos.

Define-se como gesto técnico, a acção que um jogador realiza, com ou sem bola, durante o decorrer do jogo.

Classes de gestos técnicos:


Antecipação - Movimento que realiza um jogador para antecipar-se ao seu adversário e alcançar a bola antes dele.

Apoio - Acção que realiza um jogador com o fim de facilitar a acção do colega que tem a bola em sua posse.

Barreira - Acção técnica realizada entre um, dois ou mais jogadores da mesma equipa, afim de evitar o remate directo do adversário à baliza de forma livre e facilitada.

Bloqueio - Acção técnica que se realiza sem bola e sem contacto físico, afim de “obstruir” a movimentação do adversário e permitir um passe livre ou movimentação entre colegas de equipa.

Carga - Acção que realiza um jogador com o ombro sobre o seu adversário, de forma não regulamentar, na disputa da bola.

Cobertura ofensiva/defensiva - Acção que realiza um jogador sobre um colega afim de permitir ora uma consistência ofensiva na construção ofensiva (criação de linha de passe), ora na defensiva (possibilidade de dobra caso o companheiro seja ultrapassado).

Condução de bola - Acção técnica de controlo e manejo da bola no seu transporte pelo campo.

Controlo - Acção mediante a qual o jogador se apropria da bola deixando-a em condições de poder ser jogada seguidamente.

Corte - Acção de cariz defensivo que impede que a bola chegue ao seu destino.

Desmarcação - Acção para escapar à vigilância de um adversário, surpreendendo-o com falsas movimentações, procurando receber a bola em segurança num espaço livre.

“Despejo” - Acção técnica que nos permite solucionar favoravelmente para a nossa equipa situações de grande perigo junto da nossa área.

Desvio - Acção mediante a qual modificamos a trajectória da bola com um fim premeditado (remate, cabeceamento, etc.).

Drible - Acção que nos permite conduzir a bola mantendo o seu controlo e ultrapassar os adversários.

Entrada (tackle) - Acção que realiza um defesa sobre o adversário quando este possui a bola, com a intenção de estorvar a sua acção.

Finta - Movimento feito com o corpo, independentemente da trajectória da bola que tem como objectivo confundir o adversário, obrigando o adversário a deslocar-se beneficiando a nossa acção.

Intercepção - Acção mediante a qual interceptamos a bola e nos apropriamos dela para dar continuidade ao nosso ataque.

Lançamento - Acção de reposição da bola em jogo através do guarda-redes.

Marcação - Acção que se realiza sobre os jogadores adversários para impedir que recebam a bola em condições de a poder jogar.

Passe - Acção técnica que permite estabelecer uma relação entre dois ou mais jogadores de uma equipa mediante a transmissão da bola com um simples toque.

Permuta - Acção que consiste em ocupar a posição do colega que nos fez a cobertura, aquando ultrapassados por um adversário.

Pressão - Acção técnica que realizam de forma sincronizada (alternada) todos os jogadores de uma equipa (consoante o modelo táctico podemos ter até 6 linhas de pressão), sobre o adversário que possui a bola, de forma a dificultar o controlo da bola e recuperá-lo rapidamente.

Pressing - Acção de pressionar com maior ou menor intensidade sobre um ou todos os jogadores adversários afim de evitar a sua progressão ou recuperar imediatamente a posse de bola.

Recepção - Acção técnica que consiste no contacto com a bola com maior ou menor intensidade.RecuperaçãoMovimento de retrocesso que realizam os jogadores de uma equipa quando perdem a posse de bola.

Remate - Acção técnica que consiste em enviar a bola à baliza adversária afim de obter o golo. Pode ser executado tecnicamente ou com força, com a cabeça ou sobretudo com os pés.

“Retenção” - Acção que realiza o guarda-redes de uma equipa e que consiste em reter a bola, após defesa, imobilizando-a com as mãos ou com as mãos e os pés.

Rotação - Intercâmbio de posições dos jogadores de uma equipa, afim de iludir o adversário (defensivamente) e proporcionar que o ataque se desenvolva mais perto da baliza adversária, aproveitando os erros defensivos adversários.

Reposição - Acção técnica que consiste em colocar a bola em jogo, quando se inicia o jogo, quando a bola sai pela linha de baliza ou laterais, ou na marcação de uma falta.

Saída - Acção que realiza o guarda-redes de uma equipa afim de impedir que um adversário faça golo, saindo da sua área de baliza, disputando a bola de forma rápida e imediata sem contenção.

Temporização - Movimento ilusório de contenção que efectua um jogador de uma equipa para confundir os atacantes e ganhar tempo para que os seus colegas reorganizem a defesa. Podemos ainda temporizar quando atacamos permitindo que o trabalho da movimentação esteja bem compensado proporcionando diferentes linhas de passe.

Vigilância - Acção de observação dos movimentos adversários ao nível defensivo e ofensivo.

sábado, 1 de setembro de 2007

Exercício...

Velocidade de deslocamento e potência muscular.




Descrição:
Estações:
1. Deslocamento em velocidade (com colega a puxar) – 20 Mts
2. Deslocamento agachado – 15 Mts
3. Quebra/Deslocamento em velocidade na diagonal - 15 Mts
4. Saltos Alternados - 10 Mts (9 Marcos com distância de 1 mto entre eles)
5. Deslocamento em velocidade até a linha de 10 mts - após receber passe do treinador, efectua remate à baliza.


Componentes da Carga:
Intensidade: Alta
Duração (parcial): 8/10”
Frequência (séries x rpt’s): 12 Séries em cada estação, 15-20 (Periodo+ avançado)
Recuperação entre rpt’s: nt
Recuperação entre séries: 30”
Volume (total): 8’


Objectivos:
Melhorar a Velocidade de dslocamento e Potência Muscular
Melhorar a Finalização



quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Defesa á zona...e algo mais.

Recebi algumas solicitações para colocar alguns exercícios sobre defesa á zona e que atitudes devem ter os restantes jogadores da equipa, quando um dos jogadores é ultrapassado…

Pois bem, tudo isto irá depender do tipo de sistema de marcação à zona que o treinador quer optar, ex: Quadrado, Losango, em “Y”, etc, mas principalmente dependerá dos princípios de jogo de cada o treinador, ex: a partir de que linha de marcação é que defende, se opta defesa passiva ou pressionante, se pressiona o portador da bola e faz cobertura central ou se pressiona o portador da bola e a linha de passe ao apoio lateral, etc, etc.

Por isso acho que os exercícios devem ser desenvolvidos por cada treinador de acordo com o modelo e princípios de jogo adoptados, pois esta é que é a base e referência de qualquer exercício existente.

Quanto às atitudes que devem ter os restantes jogadores da equipa, quando um dos jogadores é ultrapassado, é exactamente para isso que existem as coberturas e trocas defensivas, pois um dos objectivos da equipa que defende passa por, entre outros, jamais ficar numa situação de inferioridade numérica.

Daí que, o que poderei deixar como exemplo, é um exercício que utilizo para trabalhar as coberturas e trocas defensivas, que poderá ser comum a vários modelos de jogo.

Exercício:

Estabelecer uma área de jogo (10m x 10m) com 2 balizas (1 metro).

Jogo 2x2, onde 3 passes valem 1 ponto e um golo vale 2 pontos.

Neste exercício trabalha-se vários princípios, pois além de desenvolver a defesa individual, têm também que fazer a cobertura defensiva ao colega, protecção da baliza, e ao mesmo tempo serem agressivos, para impedir os 3 passes, que valem 1 ponto.


Quanto aos tipos de sistemas de marcação à zona mais utilizados: Quadrado, Losango e em “Y”, aí vai uma pequena orientação:

QUADRADO
Os jogadores formam um quadrado no sector defensivo do campo, ficando cada jogador, incumbido de exercer a marcação na sua zona.

LOSANGO
Neste tipo de marcação à zona, temos um jogador (pivot) a marcar a zona central do campo, os alas um pouco mais recuados no campo e por trás, também na zona central, o fixo.

" Y " OU FUNIL
Neste tipo de marcação, os alas preocupam-se com as laterais e, também, com a zona central, tendo o pivot por trás a fazer as coberturas e as compensações.
O fixo, funciona como libero, a dar cobertura às acções do pivot.


Espero ter ajudado e principalmente ter passado a mensagem, onde apelo mais uma vez a todos os TREINADORES para serem criativos e desenvolverem os seu exercicios de acordo com o seu modelo e princípios de jogo.


Mais uma vez, pensem nisto...e opinem.


terça-feira, 31 de julho de 2007

Defesa Pressionante

Costumo dizer que equipa minha não defende…só ataca, pois quando não tem a bola, a missão é “roubá-la” à equipa adversária, “atacando” a bola, obrigando a equipa adversária a ter que a “defender”, ou seja, para mim defender não é impedir que a equipa adversária chegue à nossa baliza, mas sim, recuperar a bola para que sejamos nós a chegar à baliza adversária, e quanto mais longe da “nossa” baliza e perto da baliza adversária melhor.

Por isso sou adepto da pressão alta e logo na 1ª linha de marcação, o mais perto possível da baliza contrária, daí que dê especial atenção ao momento em que o Guarda Redes contrário tenta repor a bola, pois durante esse momento específico, ao qual chamo “o equilíbrio inicial da defesa”, os “meus” jogadores devem decidir as marcações rapidamente e definir correctamente o espaço e o opositor que vão marcar, para que quando o guarda redes adversário tentar recolocar a bola em jogo, verifique que todos os jogadores da sua equipa estão marcados, obrigando ao erro logo na colocação da bola, pois alem da dificuldade de não ter nenhum jogador livre para receber a bola, está a pressão de ter que o fazer em apenas 4 segundos, originando que na maioria das vezes atire a bola para lá do meio campo e para uma zona onde não está nenhum jogador da sua equipa, permitindo à “minha” equipa a recuperação imediata da bola.

Nesta zona da quadra (1ª linha de marcação), para mim não existe zona, ou seja, as marcações são individuais e deve-se atacar o opositor para roubar a bola, pois no caso do adversário conseguir passar pelo “meu” jogador, existem 40 metros para recuperar e dificilmente alguém correrá mais com a bola do que sem ela…

Logicamente que há equipas que conseguem contrariar esta organização defensiva, porque saem bem de pressão ou porque têm Guarda Redes com excelente colocação de bola e por vezes não consigo aplicar este tipo de defesa, e, quando assim é, opto por baixar a linha de marcação (2ª ) pressionando o portador da bola apenas depois da mesma ter sido colocada no jogador adversário, sendo que jogador mais próximo do atleta que tenta roubar a bola ao jogador adversário efectua a respectiva cobertura, passando então a defender à zona ou misto, situação igual caso estejamos a defender na 3ª linha de marcação, tendo como objectivo, “empurrar”o portador da bola para a zona da 1ª linha de marcação, para voltar tudo à 1ª forma, ou seja, pressão alta com marcações individuais, no entanto, seja qual for a zona em que os jogadores estiverem a defender, tem que estar sempre TODOS atrás da linha da bola e entre a “nossa” baliza.

Sei que esta opção não é consensual e é muito raro ver equipas a defender desta forma contra todas as equipas, normalmente a maioria das equipas utilizam a pressão alta só quando jogam com equipas mais fracas, no entanto, eu assumo sempre esta organização defensiva logo desde o início do jogo e principalmente quando estou a ganhar, pois assim mantenho a bola longe da minha baliza e perto da baliza adversária, além de que esta situação mexe bastante com o aspecto psicológico da equipa adversária, pois em inferioridade no marcador não consegue aproximar-se da nossa baliza e ainda tem que defender a bola da acção “ofensiva” da minha equipa na sua recuperação constante, fragilizando os seu níveis de confiança, ao contrário da minha equipa, que em caso de sucesso nesta acção, vai reforçando e fortalecendo os níveis de confiança, tornando-se cada vez mais difícil de contrariar.

No entanto, como tudo na vida, nada acontece por acaso… e é necessário treinar muito para que este tipo de organização defensiva funcione na íntegra, pois o risco é grande e é necessário que os níveis de concentração e coordenação estejam sempre no máximo, além de que, é bastante desgastante do ponto de vista físico, sendo fundamental ter uma equipa equilibrada para que se possa rodar e manter sempre a mesma dinâmica e atitude “agressiva”.

Pensem nisto e opinem…

terça-feira, 24 de julho de 2007

Exercício...

3x3


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Descrição:
Jogo 3x3, em espaço limitado em que cada equipa tem 2 balizas para atacar e 2 para defender.

Variantes: limitar o nr de toques; finalização após determinado nr de toques


Objectivos:
Melhorar o pressing
Apurar a posse de bola
Desenvolvimento da visão periférica

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Campeonato da Europa de Futsal- Portugal 2007


Calendário de Prova


16.11.2007

República Checa – Roménia – 18h00 – Gondomar (Grupo A)
Portugal – Itália – 20h00 – Gondomar (Grupo A)

17.11.2007

Espanha – Ucrânia – 14h00 – Gondomar (Grupo B)
Sérvia – Rússia – 16h00 – Gondomar (Grupo B)

18.11.2007

Itália – Roménia – 15h30 – Gondomar (Grupo A)
Portugal – República Checa – 17h30 – Gondomar (Grupo A)

19.11.2007

Ucrânia – Rússia – 18h00 – Gondomar (Grupo B)
Espanha – Sérvia – 20h00 – Gondomar (Grupo B)

21.11.2007

Ucrânia – Sérvia – 16h00 – Santo Tirso (Grupo B)
Rússia – Espanha – 16h00 – Gondomar (Grupo B)
Roménia – Portugal – 18h00 – Gondomar (Grupo A)
Itália – República Checa – 18h00 – Santo Tirso (Grupo A).

23.11.2007

Meias-finais:
Vencedor Grupo B – 2º classificado Grupo A – 18h00 – Gondomar
Vencedor Grupo A – 2º classificado Grupo B – 20h00 – Gondomar

24.11.2007

3º e 4º lugares:
Derrotados Meias-finais – 15h00 – Gondomar


Final:
Vencedores Meias-finais – 17h00 – Gondomar


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Exercício...

CONTRA-ATAQUE


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Descrição:
Jogadores colocados conforme esquema. Gr coloca a bola num dos jogadores (linha final ou linhas laterais) sendo que o jogador que receber a bola inicia acção de contra-ataque deslocando-se para o centro, enquanto que os outros 2 efectuam respectivo apoio nas alas (só atacam 3). Após finalização, incia-se acção no sentido inverso com outras equipas e assim sucessivamente.

Importante: Todos os jogadores têm que passar por todas as posições.



Componentes da Carga:
Intensidade: Alta
Frequência (séries x rpt’s): 3 Séries e 5 rpt’s
Volume parcial: 10” (potência)/ 20” (Capacidade)
Recuperação entre rpt’s: Regresso às posições: 30”
Recuperação entre séries: 2’Volume (total): 10’



Objectivos:
Melhorar as acções de contra ataque.
Melhorar a Potência e a capacidade anaeróbia láctica
Melhorar a Finalização




segunda-feira, 9 de julho de 2007

Exercícios...


CAPACIDADES MOTORAS:

CAPACIDADE ANAERÓBIA ALÁCTICA



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Descrição:
Os atletas realizam os exercícios nas estações, ao apito passam por tras do cone exterior (em sprint), e vão para a estação seguinte, e assim sucessivamente até percorrer todas as estações (2 a 2 mas só 1 é que trabalha de cada vez). Todas as acções devem ser efectuadas com ambas as pernas, de forma alternada.


Estações:
1–Recepeciona com um pé e passa com outro.
2-Movimento paralela
3-Quebra
4-Acertar na bola (que é enviada pelo colega) levantando as pernas na lateral.
5-Passe c/ parte interior (1 toque)


Componentes da Carga:
Intensidade: Alta
Duração (parcial): 2,5’ (30” em cada estação)
Frequência (séries x rpt’s): 2 Séries
Recuperação entre rpt’s: não tem
Recuperação entre séries: 30” Volume (total): 6’


Objectivos:
Melhorar a capacidade anaérobica aláctica, Melhorar técnica individual

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pensar pela nossa cabeça…

Há uns dias li um artigo sobre a escassez de pivots portugueses e dei comigo a pensar o porquê?
Após reflectir, verifiquei que o problema maior tem a ver com algo que eu, pessoalmente, acho que falta aos treinadores Portugueses (apesar de já notar alguns progressos), que é pensar pela própria cabeça, em vez de ir pela “moda” e copiar os sistemas tácticos que estão em voga, na certeza de terem encontrado a “fórmula mágica”…

Neste caso específico, acho que este problema da falta de pivots portugueses, deve-se ao facto de nos últimos 7/8 anos se ter definido o 4.0 como o supra sumo dos sistemas ofensivos, descurando todos os outros variadíssimos sistemas, nomeadamente os que utilizam pivots, levando a que a geração de atletas que chegou ou está a chegar agora a idade de sénior, durante a sua formação, jamais jogaram num sistema que utilizasse pivot…

Como treinador, o que mais me dá prazer é esta infinita possibilidade de poder criar, inventar, raciocinar, reflectir e desenvolver conceitos técnico-tácticos sem COPIAR por ninguém, tendo obviamente referências e pontos de convergência com outros treinadores, mas claro está, pensando pela minha cabeça!!

Por muito que um determinado modelo de jogo desenvolvido por outro treinador nos pareça fabuloso, de certeza que existe sempre algo que fazíamos diferente... além de que os pressupostos das equipas poderão ser diferentes como por exemplo: as características dos jogadores, horas de treino, idade, etc, sendo por isso de todo impossível copiar exactamente o mesmo modelo de jogo da equipa A para a equipa B
Ou seja, se modelo de jogo que aplicamos na nossa equipa não tiver nenhum "cunho" pessoal e for apenas uma cópia integral de um modelo de jogo que outro treinador desenvolveu, então não somos treinadores, mas apenas meros executantes de uma ideia de alguém, e isso qualquer pessoa pode fazer... Por exemplo, se dermos um livro de exercícios ao funcionário do pavilhão, ele fará exactamente a mesma coisa, pois só tem que aplicar o que lá está escrito...

É, no entanto, vital que os treinadores falem bastante uns com os outros, no sentido de discutir e apresentar ideias, pontos de vista, reflexões, pois esta é, sem dúvida alguma a melhor forma de apreendermos e evoluirmos permanentemente, no entanto, por muitos conhecimentos e experiência que alguem possa ter, NINGUÉM é dono absoluto da razão e sabe tudo…

Por isso, por mais absurdo que o modelo de jogo por nós desenvolvido possa parecer aos olhos de outros, se acreditamos no que estamos a fazer, de uma forma consciente e de acordo com as nossas ideias, conceitos e objectivos definidos, devemos defender sempre a nossa posição , tendo obviamente a noção de que também nós, não somos os donos da razão e ter a humildade para assumir que a ideia contrária também poderá estar correcta e se calhar é bem melhor do que a nossa, e é desta forma, questionando, debatendo, criticando e batendo muitas vezes "com a cabeça na parede", que vamos evoluir, crescer e aperfeiçoar os nossos valiosos conhecimentos.

Em resumo, com tudo isto quero apenas dizer que, só somos de facto TREINADORES, se pensarmos pela nossa cabeça, caso contrário ficaremos pelo caminho e muito dificilmente atingiremos objectivos, e também que, por mais rídiculo que nos possa parecer as ideias e concepções de outros, jamais devemos criticar... até porque, no final, “a melhor táctica é aquela que ganha”!!!


Abraço e pensem nisto...

Pedro Silva

terça-feira, 3 de julho de 2007

Exercícios...

A partir de hoje, todas as semanas irei colocar um exercício de treino, que espero que possa vir a ser útil a todos que quiserem consultar.

Hoje começo pela Potência e/ou Capacidade Anaeróbia láctica.


CAPACIDADES MOTORAS:

POTÊNCIA/CAPACIDADE ANAERÓBIA LÁCTICA




Descrição:
Uma equipa concentra-se atrás da linha da final e o seu GR coloca a bola na àrea da outra equipa. Nesse momento, os seus colegas devem rápidamente contornar o cone, posicionando-se de seguida para defender. A Equipa adversária deve controlar a bola o mais rápido de seguida e contra atacar o mais rápido possível.

Componentes da Carga:
Intensidade: Alta
Duração (parcial): 30”(potência) / 90” (capacidade)
Frequência (séries x rpt’s):3 Séries e 5 rpt’s
Recuperação entre rpt’s: 2’
Recuperação entre séries: 5’ Volume (total): 15’

Objectivos:
Melhorar a capacidade anaérobica láctica; Situações de Inferioridade e Superioridade numérica; Melhorar a Finalização.


quinta-feira, 28 de junho de 2007

"FUTSAL! UM SONHO OLÍMPICO - LONDON 2012"

Foi com muito honra e orgulho que eu aceitei o convite do Eng. Persio Menezes, Dirigente da Associação Sabesp - São Paulo, equipa mais galardoada do Brasil em Futsal Feminino, para também fazer parte da campanha mundial - "FUTSAL! UM SONHO OLÍMPICO - LONDON 2012", a maior mobilização mundial para inclusão do futsal no programa dos Jogos Olímpicos, uma iniciativa da Federação Paulista de Futebol de Salão que já alcançou os 4 cantos do mundo, conforme poderá verificar no site oficial da campanha: http://www.futsalolimpico.com.br/ .


A campanha está a ser um sucesso e conta já com o apoio de vários ilustres, como por exemplo: Joseph Blatter (Presidente da FIFA) , João Havelange (Presidente de Honra da FIFA), Eduardo De Luca (CONMEBOL), Falcão (melhor jogador do mundo de Futsal) entre muitos outros.

Visitem o site e façam também parte desta campanha...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Futsal Feminino, Que Futuro?

Devo confessar que nunca fui um grande adepto de Desportos Colectivos na vertente Feminina durante grande parte da minha vida (se fosse a nível individual ainda acompanhava qualquer coisita, principalmente o atletismo, por causa da “Grande” Rosa Mota), pois achava que o nível e espectacularidade era muito inferior, quando comparado com o Masculino, ou talvez… devido ao preconceito que desde muito cedo estava inserido no meu subconsciente (e da grande maioria da população Masculina e também alguma população Feminina) de que estes desportos não são para mulheres, principalmente se for para jogar com os pés…

No entanto, por ironia do destino, tive uma irmã que decidiu ser Futsalista, o que me levou a acompanhar mais de perto os desportos colectivos Femininos, principalmente o Futsal, levando-me a admirar e apaixonar incomensuravelmente por este fantástico desporto praticado pelas “senhoras”, e repito “senhoras”, pois é o que todas elas são e muito, muito grandes!!!

À medida que esta paixão foi crescendo, comecei a sentir a vontade de experimentar treinar uma equipa Feminina, situação que inevitavelmente acabou por acontecer… ao qual ainda juntei uma outra de Juniores um ano mais tarde, e foi, sem sombra de dúvidas, a melhor experiência em 10 anos de treinador de Futsal!!

Foi simplesmente extraordinário!!! A força que as mulheres têm para lutar contra todas as objecções que lhes aparecem (Começando logo pelo preconceito global de que “bolinha” é para homens) aliada à determinação com que se aplicam para atingir os seus objectivos, foi sem dúvida uma lição de vida… sem esquecer obviamente a QUALIDADE, ESPECTACULARIDADE e a ARTE que colocam no jogo.

Por tudo isto, tornei-me um defensor acérrimo do Futsal Feminino e lutarei sempre pelo seu crescimento, valorização e credibilidade! Sendo assim, é com muita tristeza que analiso o panorama actual do Futsal Feminino em Portugal, pois parece-me que quem o dirige e o coordena faz parte daquele famigerado “grupo preconceituoso e ignorante” de que a bola é para os homens e as mulheres são insignificantes…

Só assim se explica que apesar de neste momento o Futsal ser o desporto colectivo mais praticado por mulheres em Portugal, é o único que não têm campeonato, nem selecção Nacional… E se compararmos com o Futebol Feminino, chego à conclusão que uns “são filhos e outros enteados”, pois apesar de ambas as modalidades pertencerem ao mesmo órgão federativo, a diferença do ponto de vista organizativo é abismal… Senão vejamos, O Futsal tem escalões de formação, (Juvenis e Juniores) ao contrário do Futebol que não tem nenhum, no entanto, existe uma Selecção Nacional de Sub-19 (apesar de não haver Formação…), sendo que a maioria das atletas convocadas vêm do Futsal!! Existem apenas cerca de 30 equipas de Futebol a nível Nacional… No entanto, só na A.F. Porto existem mais de 50 equipas de Futsal, distribuídas por 1ª, 2ª Divisão e Divisão de Juniores, sendo que em Lisboa existem 3 Divisões Seniores, 1 de Juniores e 1 de Juvenis, chegando quase à centena de equipas… Ou seja, só as Associações de Futebol de Lisboa e Porto têm 5 vezes mais equipas do que o Futebol a nível Nacional, e se contabilizasse-mos as restantes Associações, ultrapassavam a dezena…

Não quero com isto ofender ou melindrar as pessoas que estão ligadas ao Futebol Feminino, muito pelo contrário, pois defendo o Futebol Feminino de forma igual ao Futsal ou outro Desporto colectivo qualquer (praticado por Mulheres), apenas quero chamar à atenção para desigualdade existente entre estas 2 modalidades que apesar de pertencerem à mesma instituição são tratadas de forma muito, muito diferente…

Caso não sejam tomadas medidas para mudar a situação actual, o Futsal Feminino está condenado ao desaparecimento, pois é lógico que as atletas comecem a desistir ou a optar por outra modalidade que lhes ofereça algo mais, como um campeonato nacional ou uma chamada às Selecções Nacionais ou até mesmo dinheiro… Além de que se não existir competitividade, a modalidade estagnará e a sua evolução será absolutamente nula!

Por experiência própria, posso afirmar que temos atletas de enorme valor, ao nível das melhores do Mundo e que, apesar de tudo, conseguimo-nos bater de igual para igual contra equipas e jogadoras profissionais…

Além disso, mesmo cientes destes enormes obstáculos, todos os dias surgem novos Clubes, novas Atletas, novos Treinadores e Dirigentes cheios de vontade, dinamismo e dedicação, além dos valorosos resistentes que lutam desde há muito tempo pela afirmação do Futsal Feminino, e é por todos eles e para eles que deixo esta mensagem e peço que LUTEM e jamais se deixem abater por todos os que se opõem ao “Nosso” Desenvolvimento!!!

Pensem nisto…

Pedro Silva

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Pai...desisti do futsal por sua causa!




Carta de um menino (Júnior) que amava muito o Pai.




Pai, eu estou escrevendo esta carta porque como sou muito pequeno e as pessoas não ligam para as opiniões das crianças e pode ser que com uma carta eu possa me expressar sem ser criticado. Os adultos não aceitam a opinião das crianças, principalmente quando estão nervosos por causa do jogo.
As pessoas não olham as crianças como pessoas que têm direito de ter opiniões e que elas possam estar com razão naquilo que elas falam.
Quando os adultos não concordam com a gente, mesmo que a gente tenha razão, principalmente quando eles estão nervosos, nós é que sofremos as consequências e não temos como nos defender. Nestas ocasiões somos obrigados a ficar calados e isto é o pior que pode acontecer para o nosso futuro.
Pode ser que quando você estiver calmo, possa ler esta cartinha e reflectir sobre tudo que estou dizendo aqui e não brigar comigo. Eu gosto muito de jogar futebol e eu quero ser um atleta de sucesso. Para isso eu conto principalmente com o seu apoio e ajuda.
Quando conseguimos vencer uma partida eu fico muito feliz, meus colegas e treinadores também, mas o que eu mas gosto é de ver você feliz. Porém quando nós perdemos, eu quero que saibas que eu, meus colegas e treinadores, somos aqueles que mais sentem a derrota.
Preciso, nesta hora, do seu apoio e incentivo, mas nem sempre é assim, você reclama, grita, briga comigo e reclama dos meus companheiros e treinadores.
Pai, isso me deixa ainda mais arrasado porque você é a pessoa mais importante na minha vida e não quero vê-lo triste por minha causa, e culpar meus companheiros e treinadores só piora as coisas para mim.
Vencer ou perder é consequência de uma série de factores algumas vezes alheios à nossa vontade.
Eu preciso da sua ajuda para poder aceitar a derrota com dignidade e encontrar forças e confiança para poder vencer a próxima partida.
Pai, quando você fica do lado de fora tentando me dar instruções durante a partida, na realidade você me prejudica mais do que ajuda, pois eu preciso ajudar os meus companheiros no esquema táctico que foi combinado no vestiário e não consigo prestar atenção, ao mesmo tempo, no jogo, no meu treinador e em você.
Eu não quero ser um filho desobediente, mas como obedecer as suas ordens e a do treinador ao mesmo tempo?
Outra coisa, não fique triste caso eu faça algum golo e comemore antes com os meus companheiros que lutaram para que eu pudesse fazer o golo para o nosso time.
Quando você xinga o árbitro ou responde a torcida adversária, eu fico muito nervoso com medo que comece uma confusão e acabe em brigas.
Pai, quando um companheiro meu fizer alguma coisa de errado, não brigue com ele, porque eu também posso fazer a mesma coisa, pois estamos todos aprendendo, e você não gostaria que o pai dele me criticasse não é!
Substituição no futebol é sempre uma acção estratégica e temporária, por isso peço que não reclame e ofenda meu treinador porque ele tem um plano em mente e precisa alterar o plano a cada situação. Muitas vezes o treinador substitui um atleta para que ele possa descansar um pouco, outras vezes pode ser porque naquele dia ele não está bem. Tenha certeza de que ele está tentando fazer o melhor para a nossa equipe e a interferência dos pais só nos prejudica emocionalmente.
Pai, eu te amo muito, me ajude a ser um bom atleta atendendo aos poucos e simples pedidos que aqui eu faço a você, pois prefiro desistir do Futebol a ver você envolvido em brigas com outras pessoas.
Quero que você tenha orgulho de mim, tanto na vitória quanto na derrota, pois nós tentamos fazer a nossa parte com dedicação.



Com amor, seu filho Júnior.



P.S. Este menino que escreveu esta carta desistiu do Futebol.

10 Regras de Ouro para o jogador de Futsal

Primeira: Nunca se deve permanecer parado. Tem que estar em continuo movimento em toda a dimensão do campo.

Segunda: Tem que saber jogar quando não se tem a bola, e sobretudo se algum companheiro de equipa a tem (Dar apoios, fazer fintas, efectuar bloqueios, ocupar espaços vazios, etc...).

Terceira: Nunca deve deixar de observar a bola.
Quarta: O jogador deve ser generoso com os seus companheiros no momento de passar a bola. É preferível assistir um companheiro que falhar uma oportunidade clara de golo.

Quinta: Nunca deve dar uma bola como “perdida”.

Sexta: Todos os jogadores têm que defender atrás da linha imaginária horizontal que descreve a bola quando a equipa contrária ataca.

Sétima: Deve sempre colocar-se de forma a limitar a acção ofensiva do atacante e não deve entrar “de primeira” a roubar a bola, a não ser que a perna de apoio no solo do atacante, seja nesse momento aquele que domina (pé dominante nas execuções) a operação dos gestos técnicos.

Oitava: Os passes entre os colegas de equipa devem ser curtos e rasos para haver melhor controlo e tensos de forma a não serem interceptados. Os passes horizontais nunca devem ser executados na periferia da nossa área. Devem-se utilizar frequentemente os passes diagonais e verticais.

Nona: O último jogador (o que fecha) nunca joga bola individualmente face à falta de apoios, nem arrisca, pois se perde a bola pode originar o golo do adversário.

Décima: Deve ter paciência quando se iniciam jogadas, procurando jogar a bola entre todos os elementos da equipa. Sem “pressa” em finalizar as jogadas, devem-se executar os gestos técnicos com a maior velocidade e rapidez possível para a obtenção do golo. O tempo (segundos disponíveis) é precioso para a obtenção de remates à entrada da área adversária sobretudo quando existem erros defensivos.