"O ato da conquista de um grande sonho reflete o sucesso nas lutas diárias para alcançá-lo." - Kléber Novartes

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Liberdade

Como todos os treinadores, sou adepto de processos ofensivos com movimentações tácticas bem estruturadas, e fico extremamente satisfeito quando vejo os jogadores a interpretarem correctamente durante o jogo, todas as movimentações que durante a semana são treinadas e que nos dão tanto trabalho a desenvolver e a planificar. No entanto, sou totalmente contra a “mecanização” dos processos ofensivos, pois acima de tudo, sou um “fervoroso” adepto da criatividade e da liberdade “mental” do atleta durante o jogo.

A beleza e espectacularidade deste desporto reside essencialmente na capacidade criativa dos atletas, e são esses momentos que fazem com que as pessoas gostem e venham assistir a um jogo de Futsal, pois para a maioria dos adeptos o mais importante não é se o golo foi obtido numa jogada estratégica que é treinada diariamente, mas sim a forma de como foi efectuado o passe, o drible ou o remate. Por vezes, nem sequer se lembram dos golos, mas sim das “fintas” ou do passe que um jogador fez num determinado momento do jogo…

Como já tive a oportunidade de escrever, uma das qualidades que eu mais admiro e valorizo num atleta é a sua capacidade de tomar (boas) decisões, e é isto que diferencia os grande atletas, daí que, se não dermos esta “liberdade” ao atleta de poder optar e decidir as suas acções, optando antes, por o “obrigar” a tomar as decisões que lhe são impostas por uma rigidez táctica, limitaremos não só a evolução do atleta, mas principalmente a evolução do próprio jogo.
Os jogadores não são máquinas, por isso devemos-lhes dar sempre a possibilidade tomar as suas decisões, para que evoluam constantemente e se tornarem melhores (e consequentemente a nossa equipa também será melhor), em vez de “castrar” a sua capacidade de decidir, que fará com que o atleta estagne (e consequentemente a nossa equipa) e que nunca consiga atingir níveis superiores.

Ouço muitas vezes, os treinadores dizerem que têm bastantes mais dificuldades em jogar contra equipas desorganizadas e anárquicas tacticamente do que contra equipas bem organizadas e com um modelo de jogo bem definido e estruturado. Eu concordo plenamente, e tudo tem a ver com o seguinte: o improviso. Por exemplo: quando efectuamos uma observação a um adversário que é organizado, conseguimos observar rapidamente a organização táctica ofensiva/defensiva que utiliza (3.1; 4.0; 2.2, etc), se defende zona ou individual, na 1ª ou 2ª linha, os lances estratégicos (livres, cantos, lançamentos laterais), etc, etc, e durante a semana preparamos a nossa equipa em função do conhecimento que temos desse adversário, no entanto, se formos observar aquela “equipa de bairro” que não tem modelo de jogo definido e só vive da capacidade técnica, criativa e de improvisação dos seu jogadores em todas as suas acções, dificilmente conseguiremos prepara a nossa equipa em função disto, pois é impossível prepararmo-nos para o improviso…

Apesar de tudo, defendo obviamente, que uma equipa organizada tem mais possibilidades de ter sucesso do que uma equipa sem organização, e quem trabalha mais e melhor geralmente tem melhores resultados, e logicamente devem existir organizações e movimentações tácticas bem definidas, no entanto, do meu ponto de vista, o sucesso dessas acções advêm de uma eficaz convergência entre a organização e a criatividade, potenciando a capacidade de análise e decisão dos atletas, tornando-os mais responsáveis pelas suas acções, e dando-lhes liberdade para escolher as suas opções, no fundo tudo se resume a uma liberdade… com responsabilidade!

Pensem nisto e opinem…

Abraço
Pedro Silva

sábado, 22 de dezembro de 2007

Boas Festas!!

Desejo a todos os treinadores, atletas, dirigentes e adeptos do Futsal em geral, um excelente Natal e um fantástico Ano Novo!
Abraço e Saudações Futsalísticas!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Estou de volta!

Confesso que não estava a pensar voltar tão cedo ao activo, e apesar dos varios convites que tive durante este período, o que me cativou mais foi do Invicta Futsal Clube, pois foi sem dúvida, o projecto mais sólido, organizado e seguro, dando-me garantias de que o sucesso deste "ambicioso" projecto vai ser uma realidade.
Com apenas 2 anos de existência federado, o objectivo consiste em levar o clube até aos Nacionais em 4 a 5 anos, mas de uma forma bem estruturada e sustentada.
As condições de trabalho são fabulosas, não falta absolutamente nada aos treinadores e atletas e têm sempre várias pessoas a prestar apoio diariamente nos treinos, desde directores a fisioterapeutas.
A organização é incrível e bem melhor de que alguns clubes da 1ª divisão nacional, daí que não tenho dúvidas que vamos atingir o nosso objectivo num prazo muito curto.

Por isso este não é seguramente um passo atrás, mas dois à frente, pois permite-me desenvolver um trabalho à minha imagem, desde praticamente a sua base, com ambições e objectivos bem delineados, absorvendo também os escalões de formação, que vão ser um bandeira do clube a partir da próxima época, e decididamente espero ficar durante muito tempo ligado ao clube e a todos seus sucessos futuros que vão colocar o Invicta Futsal num patamar merecido!

Estou de facto muito empolgado e cheio de "ganas" para voltar ao trabalho.

Mais uma vez, quero agradecer publicamente todos os convites que me foram efectuados, pois encheram-me de orgulho e confiança, fazendo-me sentir valorizado!

Obrigado.
Pedro Silva

A Sorte.

Ouço com frequência as seguintes afirmações: “perdemos por falta de sorte” ou “devíamos ter ganho, mas tivemos azar”, etc, etc.
É certo que a sorte é um elemento do importante do jogo que não podemos esquecer, no entanto na minha opinião, podemos trabalhar para que a “sorte” surja mais vezes.
Por exemplo: se a nossa equipa falha muitas situações de finalização em superioridade numérica, isto será: falta de sorte ou falta de trabalho?
Se erra passes constantemente, se sofre muitos golos na zona central ou ao 2º poste, se dribla em zonas proibidas e perde a bola, se sofre muitos golos de 5 para 4 ou se não consegue finalizar de 5 para 4, na ala, no centro, etc, etc
Será tudo isto falta de sorte ou necessidade de trabalhar mais?

A mim, todos estes exemplos parecem-me antes necessidade de trabalhar mais o passe, o remate, as movimentações, a concentração, as tomadas de decisão, etc (ou simplesmente azelhice, mas isso já é outro problema…).

O que eu tenho a certeza é, quanto mais trabalharmos estes aspectos nos nossos treinos de forma correcta e específica (continuamente e repetidamente), a nossa equipa melhorará e evoluirá, e todas as acções acima indicadas vão seguramente tendo mais sucesso e garanto que a “sorte” vai aparecer muitas mais vezes (até para os mais azelhas)!

No fundo, é como diz o velho ditado, “ a sorte protege os audazes”, ou então como eu costumo (e prefiro) dizer, a sorte dá muito trabalho!

Abraço e pensem nisto…