"O ato da conquista de um grande sonho reflete o sucesso nas lutas diárias para alcançá-lo." - Kléber Novartes

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Uma questão de mentalidade...

No passado fim-de-semana tive a felicidade de estar presente num colóquio de Futsal organizado pela FPF, que teve como prelector principal, Jesus Candelas (foto), actual treinador do Fadasa Interviú (Ex-Boomerang), "simplesmente" o treinador com mais títulos do mundo…

Foi uma experiência fabulosa, primeiro por estar rodeado de “gente” do futsal, principalmente treinadores, alguns cujo qual eu nutro uma admiração especial por serem referências, e outros pela relação de amizade que já tenho e que são sempre sinónimo de boa disposição e boa conversa futsalística, mas a experiência foi de facto maravilhosa, principalmente pela possibilidade de ver e ouvir “in loco” as ideias do Jesus Candelas, mais concretamente, a sua mentalidade, forma de pensar e actuar no Futsal, que me pareceu ser comum a todos os outros treinadores do País vizinho.

Ao ouvir o treinador espanhol, compreendi que um das diferenças entre Portugal e Espanha é de facto a mentalidade competitiva, ou seja, geralmente em Portugal joga-se para não perder e em Espanha joga-se para ganhar, e a demonstração disso é a meia final do Europeu, onde se viu nos momentos decisivos quem estava a jogar para ganhar e quem estava a jogar para não perder…

Um exemplo concreto, durante o colóquio num determinado momento, um treinador perguntou ao Jesus Candelas o que teria sido a sua atitude se fosse ele o treinador de Portugal e estivesse a vencer por 2-0 a 7 minutos do fim, ao que ele prontamente respondeu de pronto: “jogava de 5 para 4!”, colocando boquiaberta a plateia (que tinha alguns dos melhores treinadores nacionais presentes) com a resposta, e que a maioria de pronto discordou.
Acho que esta resposta elucida bem a diferença de mentalidade entre os treinadores Portugueses e os Espanhóis, e eu pessoalmente concordo totalmente com esta acção, pois assim, a jogar de 5 para 4, a equipa Portuguesa conseguiria não só ter mais posse de bola (o 5 para 4 não serve apenas para recuperar resultados em situação de desespero, mas também para ter posse de bola), mas também conseguiria fortalecer a equipa do ponto de vista psicológico, pois demonstrava atitude e vontade de vencer, e enfraqueceria psicologicamente a sua rival, que ao ter que recuperar 2 golos, ainda tinha que se defender desta sagaz acção ofensiva à sua baliza…

A meu ver, ao ser incutida esta mentalidade vencedora diariamente nos treinos e jogos, faz com que os jogadores percam o medo de assumir e de conviver com a pressão nos momentos decisivos, e desta forma vão trabalhando a confiança, as tomadas de decisão, etc, fortalecendo-os de forma colossal, quer do ponto de vista técnico-táctico, mas principalmente do ponto de vista mental.

Eu sei que não é fácil ter este tipo de atitude, e que uma das principais razões para que esta mentalidade não mude é o facto da maioria dos dirigentes só pensarem em resultados em prol de exibições e que, se algo não corre bem, pode dar em despedimento do treinador… e ninguém quer correr esse risco, no entanto, cabe-nos a nós, em prol da espectacularidade e da evolução da “nossa” modalidade, correr esses riscos, e fazer tudo por tudo para que o Futsal ainda se torne muito melhor…

Por isso peço aos treinadores (e dirigentes) que cultivem uma mentalidade vencedora diariamente e que preparem as suas equipas para jogar para ganhar, pois só assim conseguiremos atingir níveis de excelência, pois se a Espanha é campeã da Europa e do Mundo o deve em muito à sua mentalidade e de querer evoluír constantemente, fugindo da medíocridade do "já não preciso mais", procurando sempre o "quero ainda mais"!

Pensem nisto e opinem…

sábado, 24 de novembro de 2007

Obrigado...

Durante esta última semana tenho ficado surpreendido com as várias mensagens de apoio que tenho recebido, e desta forma quero agradecer publicamente a todos os que me têm ligado, enviado mail’s ou mensagens, o vosso apoio e preocupação por mim.

Gostava também de agradecer a todos os clubes que me convidaram durante este período, e apesar das propostas em questão não terem ido ao encontro das minhas expectativas e ambições, deixaram-me muito feliz e orgulhoso, e com a excelente sensação de reconhecimento do meu trabalho.

Esta semana foi “esquisita”, pois ainda me estou a adaptar a uma realidade diferente, quebrando uma rotina de anos a planificar e a orientar treinos e jogos, mas confesso que me tenho sentido bem e tenho aproveitado para reflectir muito sobre o meu futuro e sobre o que espero vir a encontrar daqui para a frente…

Tranquilamente vou esperando que me surja a oportunidade e projecto ideal que vá de encontro aos meus objectivos (e sonhos), aproveitando para desfrutar deste período “sabático” para adquirir mais conhecimentos e experiências que seguramente contribuirão para me tornar um treinador melhor.

Por fim e enquanto espero… vou tentar dedicar-me mais ao blog.


Abraço a todos e OBRIGADO por tudo.

Pedro

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ao fim de 10 anos deixei o meu clube do coração...



"Pedro Silva deixa comando dos Séniores e deixa uma mensagem de agradecimento.

Depois de uma reunião entre a direcção e o treinador, ambas as partes chegaram a acordo, ficando decidido que o técnico já não continuará ao comando da equipa sénior masculina.

Na hora do adeus, o "Mister" deixa esta mensagem de despedida:

Pois é, algum dia tinha que acontecer, ao fim de quase uma década fabulosa, vou deixar de pertencer aos órgãos técnicos da EDCG e seguir outros caminhos... na certeza que um dia hei-de voltar.

Foi já na longínqua época de 1998/1999 que eu iniciei a minha carreira no Futsal, depois de 2 anos de experiência como treinador de Futebol, recebi um convite da direcção da Escola de Gondomar para criar a 1ª equipa de Infantis na EDCG, e, sinceramente, jamais pensei que iria ficar por cá tanto tempo...Durante estas 9 épocas, treinei todos os escalões da EDCG, desde Feminino (onde também criei a 1ª equipa Júnior Feminina) a Masculino, terminando nos seniores masculinos (onde fazem parte do plantel alguns atletas pertencentes ainda a essa 1ª equipa de infantis), e nesta hora só me posso orgulhar do trabalho que fiz, e de ter ajudado o “nosso” clube a crescer e a tornar-se numa referência de nível nacional. No entanto, o meu principal orgulho reside sem excepção, nas pessoas que tive o privilégio de conhecer, desde atletas, treinadores, directores, pais, simpatizantes, etc, e que durante quase uma década me apoiaram, incentivaram, criticaram, aturaram, ensinaram, no fundo que me ajudaram a crescer, contribuindo de uma forma decisiva não só para a minha formação como treinador, mas principalmente como pessoa, preparando-me para que possa seguir o meu caminho pleno de confiança e com a certeza de um futuro de sucesso.

Por fim, quero dizer que JAMAIS deixarei de pertencer a esta família, pois este sempre será o MEU CLUBE, e que nunca vou deixar de acompanhar e festejar as suas vitórias da mesma forma que festejo hoje, com a paixão e dedicação de um aficionado que ama o seu clube.

Obrigado a TODOS e contem sempre comigo!

O vosso AMIGO.
Pedro"

Fonte: http://www.escoladegondomar.blogspot.com/


sábado, 10 de novembro de 2007

Decidir, essa tarefa difícil…

Durante o nosso dia a dia, a todo momento somos obrigados a tomar decisões, quase sem nos apercebermos, ex: decidir que caminho vamos fazer hoje para ir para o emprego ou se vamos ao banco antes ou depois do almoço, etc.

No entanto, a importância das nossas decisões é vital para a nossa vida quotidiana, pois por vezes uma má decisão pode levar a situações complicadas com repercussões graves.

Pelo facto de que decidir é difícil, as pessoas que têm mais poder de decisão, geralmente destacam-se na sociedade em geral, e são por isso, pagas muitas vezes a peso de ouro por essa capacidade que têm, como por exemplo os gestores das empresas, chefes de departamentos, etc.

Transportando isto o desporto, os atletas e treinadores para terem sucesso, têm, obrigatoriamente, que ter um excelente poder de decisão, pois só assim conseguem atingir os níveis de competência exigidos, pois as decisões num jogo de Futsal, acontecem de forma permanente (com espaços de segundos) e é o reflexo dessas decisões que decidem os resultados dos jogos.

No entanto, também há atletas que têm bom poder de decisão, e que gostam de decidir, e procuram a bola a todo o momento para assumir o jogo, mas que depois tomam as decisões erradas e acabam por prejudicar a equipa.

Por isso, acho que é muito importante treinar o poder de decisão diariamente, efectuando exercícios que obriguem o atleta a ter que decidir permanentemente, levando-o a escolher sempre as melhores opções numa determinada situação, e corrigindo-o sempre que toma as decisões erradas, demonstrando o porquê da decisão ser a errada e os reflexos negativos que mesma teve, pois nos jogos, indubitavelmente, ganha sempre a equipa que toma mais vezes as decisões acertadas e que por isso erra menos vezes.


Quanto aos treinadores, a sua tarefa é muito árdua, pois têm que tomar decisões (difíceis) a todo o momento, quer durante a semana em que aparecem várias situações de decisão, quer relativas ao treino, quer da condução dos atletas (castigos, repreensões, etc), decisão da convocatória, que estratégia que vai utilizar, que jogadores utiliza durante o jogo, etc, no fundo, tal como faz um gestor ou chefe de departamento numa empresa.

Resumindo, o mais importante (para todos), é não fugir quando se tem que tomar decisões, pois por vezes, vale mais decidir mal do que não decidir, e escolher bem as decisões que toma, analisando os prós e contras (por vezes numa fracção de segundo), para que seja tomada a melhor opção, pois maioritariamente, é o êxito das nossas decisões que determinam o nosso sucesso!

Pensem nisto e opinem...

Abraço
Pedro Silva