"O ato da conquista de um grande sonho reflete o sucesso nas lutas diárias para alcançá-lo." - Kléber Novartes

sábado, 10 de novembro de 2007

Decidir, essa tarefa difícil…

Durante o nosso dia a dia, a todo momento somos obrigados a tomar decisões, quase sem nos apercebermos, ex: decidir que caminho vamos fazer hoje para ir para o emprego ou se vamos ao banco antes ou depois do almoço, etc.

No entanto, a importância das nossas decisões é vital para a nossa vida quotidiana, pois por vezes uma má decisão pode levar a situações complicadas com repercussões graves.

Pelo facto de que decidir é difícil, as pessoas que têm mais poder de decisão, geralmente destacam-se na sociedade em geral, e são por isso, pagas muitas vezes a peso de ouro por essa capacidade que têm, como por exemplo os gestores das empresas, chefes de departamentos, etc.

Transportando isto o desporto, os atletas e treinadores para terem sucesso, têm, obrigatoriamente, que ter um excelente poder de decisão, pois só assim conseguem atingir os níveis de competência exigidos, pois as decisões num jogo de Futsal, acontecem de forma permanente (com espaços de segundos) e é o reflexo dessas decisões que decidem os resultados dos jogos.

No entanto, também há atletas que têm bom poder de decisão, e que gostam de decidir, e procuram a bola a todo o momento para assumir o jogo, mas que depois tomam as decisões erradas e acabam por prejudicar a equipa.

Por isso, acho que é muito importante treinar o poder de decisão diariamente, efectuando exercícios que obriguem o atleta a ter que decidir permanentemente, levando-o a escolher sempre as melhores opções numa determinada situação, e corrigindo-o sempre que toma as decisões erradas, demonstrando o porquê da decisão ser a errada e os reflexos negativos que mesma teve, pois nos jogos, indubitavelmente, ganha sempre a equipa que toma mais vezes as decisões acertadas e que por isso erra menos vezes.


Quanto aos treinadores, a sua tarefa é muito árdua, pois têm que tomar decisões (difíceis) a todo o momento, quer durante a semana em que aparecem várias situações de decisão, quer relativas ao treino, quer da condução dos atletas (castigos, repreensões, etc), decisão da convocatória, que estratégia que vai utilizar, que jogadores utiliza durante o jogo, etc, no fundo, tal como faz um gestor ou chefe de departamento numa empresa.

Resumindo, o mais importante (para todos), é não fugir quando se tem que tomar decisões, pois por vezes, vale mais decidir mal do que não decidir, e escolher bem as decisões que toma, analisando os prós e contras (por vezes numa fracção de segundo), para que seja tomada a melhor opção, pois maioritariamente, é o êxito das nossas decisões que determinam o nosso sucesso!

Pensem nisto e opinem...

Abraço
Pedro Silva

4 comentários:

Unknown disse...

oi. outra pg! como trabalhas essa tomada de decisao dos jogadors? numa prespectiva de descoberta guidada? ou será que ainda perdes tempo a fazer treinos onde as jogadas de paralela e diagonal ou ainda saidas de pressao sem qualquer oposiçao sao uma realidade? ou crias exercicios (jogados - de acordo com a realidade de inteireza inquebrantavel que o jogo é!) para que tal aconteça?

Porque parece-me que se assim for, criar situaçoes sem oposiçao nao leva os jogadores a exercitar tomada de decisao mas sim reproduzir comportamentos que treinador lhes impõe. Outra coisa é em jogo reduzido (principio das propensoes) manipular situaçoes defensivas que levem equipa em ataque usar e abusar de paralelas por iniciativa propria e de acordo com sua interpretaçao do jogo...

Gostava de ler tua opiniao

Unknown disse...

Uma questão de crença
03-Jul-2007
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Conversas de Futsal: Treinador Tiago Barros
Podemos entender essa “opinião pessoal” dos jogadores como uma crença naquilo que estão a fazer?

Adoptando por “caminhar um caminho” de forma “guiada”, onde todos os elementos são fundamentais no processo, os jogadores precisam de acreditar no que estão a fazer. Assim, trabalham de determinada forma, porque acreditam


que é a melhor forma de o fazerem e não porque alguém o impôs. Neste caso, o diálogo estabelecido com os jogadores é fundamental, nosentido de apurar as dificuldades sentidas “in locco”. Obviamente que é umdiálogo controlado e direccionado num determinado sentido – a ideia de jogo do treinador.

No fundo, trata-se de provar aos jogadores que o “caminho é aquele”, não pela autoridade de quem o afirma, mas porque eles próprios sentem isso.Então os jogadores vão estar emocionalmente envolvidos nas suastarefas?

Para além de estarem concentrados nos objectivos tácticos do exercício em si, estarão muito mais envolvidos emocionalmente se acreditarem queaquela é a melhor forma de jogar.

Mas isso não vai ser um desgaste acrescido?

Podemos dar o nome de “desgaste mental-emocional”. A concentração surge, segundo Frade (1990, citado por Freitas, 2004), do agir em função de um propósito e é isso que faz crescer o investimento emocional e a concentração –a verdadeira especificidade.

A esta perspectiva, uma das coisas que faz com que o treino seja mais intenso é a concentração que exigida, associado portanto a um desgaste emtermos emocionais.

Mas então, desgastes diferentes não implicam recuperações diferentes?

É o que veremos no próximo artigo...

Tiago Barros
Treinador de Futsal

Coach disse...

Gostei, boa pergunta!
Em 1º lugar, existe o modelo (e princípios) de jogo definido e é sempre em função deste que o treino é regido.
Depois, todos os exercícios que coloco no treino, potencio as tomadas de decisão do atleta, ou criando permanentemente novas situações (obstáculos) que o levem a pensar e a decidir a melhor opção, ou colocando várias opções para que ele decida a melhor de acordo com a situação apresentada. Fiz-me entender? Eu dou exemplos. Primeiro, se efectuo um exercício de posse de bola, Ex: jogo entre 2 equipas, em que inicialmente defino a 2 toques e finalização em 2 balizas, durante a continuação do exercício vou alterando e condicionando os toques (Ex: 1 só toque ou livre pé mau e 1 toque pé bom) e colocando mais balizas ou mudando-as de sítio, etc, etc. Neste exercício, além de ter que serem tomadas as decisões “normais” do jogo em si, à medida que se vai colocando as novas situações (condicionantes), as tomadas de decisão vão se alterando e tornando-se mais complexas, obrigando a que o atleta tenha que “pensar” mais e melhor.
Outra situação diferente é, por exemplo, num exercício de lance estratégico (Ex: livre), o posicionamento é sempre o mesmo mas existem 4 opções de finalização, no entanto é o atleta que vai decidir, de acordo com a situação apresentada, a melhor opção para finalizar, situação idêntica num exercício de finalização (Ex. Entradas Duplas), em que existem várias opções e de acordo com a situação, o atleta escolhe uma, de preferência a melhor.

Para finalizar, todos os exercícios, devem ter sempre oposição, de forma a trabalhar permanentemente as tomadas de decisão, bem como, a competição, que é retrato fiel do jogo.

Abraço
Pedro

mpmfilipe disse...

Boas,
Antes de mais gostaria de lhe dar os parabéns pelo blog e pelo tema deste Post.
Um tema de facto interessante este da "tomada de decisão"...
Pelo que li, tanto no seu artigo como nos vários "comments" a tomada de decisão que é considerada mais importante é a do portador da bola...
Ora posto isto gostaria de lançar algumas questões para o debate...
Partindo do facto em que num jogo de futsal, qualquer jogador joga mais tempo sem a bola do que com ela...
Gostaria de perguntar...
A tomada de decisão do jogador sem bola é importante?
Será que as tomadas de decisão dos jogadores colegas do portador da bola são importantes?
Não é importante o jogador que se desmarca saber decidir se o faz para finalizar ou se o faz para apoiar?
Pergunto ainda...
Foram analisadas tomadas de decisão do ponto de vista ofensivo...
E quando a equipa joga na defesa (mais uma vez sem bola), será que é importante a tomada de decisão do jogador que faz contenção no portador? E a dos demais colegas defensores, seja em superioridade, igualdade ou em inferioridade numérica?
Caso sejam importantes... Como é que se trabalham estes aspectos?

Deixo então algumas das minhas dúvidas...

Mais uma vez, parabéns e obrigado,

Cumprimentos,
mpmfilipe