"O ato da conquista de um grande sonho reflete o sucesso nas lutas diárias para alcançá-lo." - Kléber Novartes

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Como "treinar" a mente.

Como já tive a oportunidade de referir anteriormente, na minha opinião para um treinador ter sucesso, não basta saber muito sobre tácticas e planificações de treino, acima de tudo deve saber (ou tentar) o máximo sobre os comportamentos psicológicos do ser humano, pois esta é que deve ser a base estrutural de todas as planificações desenvolvidas pelo o treinador, a mente dos seus atletas…

De que importa saber muito sobre aspectos técnico-tacticos, se por exemplo, não consigo motivar os atletas, fazê-los compreender aquilo que eu quero para a equipa, diminuir ou erradicar a ansiedade pré-competitiva dos atletas antes dos jogos ou libertá-los da pressão do e durante o jogo?
Um treinador que não consiga fazer isto, jamais terá o mínimo de sucesso na sua função!

Por isso defendo que os treinadores devem estudar e procurar saber cada vez mais sobre o comportamento psicológico para assim saberem como lidar com as mais diversas situações deste tipo, mas principalmente para saberem “treinar” a mente dos atletas, pois um atleta forte e preparado do ponto de vista psicológico, mesmo que do ponto de vista técnico-tactico e físico esteja mais fraco, poderá ter algum sucesso, situação impossível caso a situação seja inversa…

Acho também que os treinadores devem, primeiro de tudo, conhecer bem as personalidades dos seus atletas, para saberem como lidar com cada um deles nas mais diversas situações, pois é um erro pensar que todos são iguais e se deve agir sempre da mesma maneira, quando as personalidades são todas muito distintas, pois por exemplo se existem atletas que necessitam de ser estimulados, outros, pelo contrário, necessitam de estar mais relaxados, para conseguirem um óptimo estado de activação para a competição.
Mas, acima de tudo, os treinadores têm que “treinar” as mentes dos atletas, de forma a prepará-los para a exigência da competição, como? Eu dou um exemplo, se queremos habituar os atletas a lidar com a “pressão” competitiva, devemos fazer “treinos de simulação”, isto é, simular situações que acontecem durante o jogo, fazendo com que os atletas pratiquem sob pressão e aprendam a responder de forma correcta quando se sentem nervosos. Phill Jackson, treinador vencedor da NBA, geralmente encerrava os treinos com uma situação de jogo. Por exemplo, ele propõe a equipa: “Vocês estão com a bola e estão perdendo por dois pontos, faltando 30 segundos para o final”. Ou “Vocês estão a ganhar por um ponto restando apenas cinco segundos de jogo e a outra equipa tem a bola”. Portanto, ele não apenas ensina seus jogadores as melhores estratégias para usar nessas situações de pressão, mas também permite que eles ganhem confiança nos momentos cruciais do jogo.
Da mesma maneira, equipas de futsal podem praticar variações, como por exemplo: “treino de dois minutos”. Faltando dois minutos para acabar a partida os atletas passam a se familiarizar com situações de pressão e com isso podem desenvolver confiança na execução de jogadas estratégias adequadas para situações específicas.
Desta forma, é certo que o rendimento dos atletas (e da equipa) melhorará de forma concreta, pois ficarão seguramente muito mais preparados para lidar com as situações reais durante o jogo!

Pensem nisto e opinem…

Abraço
Pedro Silva

2 comentários:

Hellen Carvalho disse...

Adorei o texto, você está de parabéns. Apoio a relação de respeito entre atletas e técnico. Se um time não acredita que é capaz não há treino que possa fazer com que ganhe jogo.

Hellen Carvalho disse...

Adorei o texto, você está de parabéns. Apoio a relação de respeito entre atletas e técnico. Se um time não acredita que é capaz não há treino que possa fazer com que ganhe jogo.