O meu caro amigo, Zé Sousa (sousafutsal.com.sapo.pt), fez-me as seguintes questões para colocar no seu site, ao qual eu respondi com muito prazer…
sousafutsal.com.sapo.pt:
Recentemente ouvi na Rádio Antena 3, que um miúdo de 16 anos, foi expulso num jogo de futebol (11) por ter cabeceado (violentamente) um seu adversário e não satisfeito com o vermelho directo admoestado, cuspiu no árbitro do encontro.
Recentemente ouvi na Rádio Antena 3, que um miúdo de 16 anos, foi expulso num jogo de futebol (11) por ter cabeceado (violentamente) um seu adversário e não satisfeito com o vermelho directo admoestado, cuspiu no árbitro do encontro.
O que pode e deve um treinador de futebol para controlar estas situações (isoladas) para que estas atitudes não passem para o seio da equipa?
Pergunto eu, HÁ ESPÍRITO E ACTIVIDADE FÍSICA NAS NOSSAS CRIANÇAS / JOVENS / ADOLESCENTES?
Estarão as crianças/jovens adolescentes de hoje a praticar desporto (s) de qualidade e na(s) quantidade certas?
Me:
Pois bem, relativamente a esta situação em concreto, eu se fosse o treinador do miúdo agiria da seguinte forma:
Conversava com ele a sós e tentava compreender o porquê daquela reacção e fazia-o entender o quanto a sua atitude prejudicou a equipa e principalmente a ele próprio, e logicamente que teria que o castigar de forma exemplar pela sua acção (que depois junto com a restante equipa técnica e direcção seria decidido) e fazia com que o atleta pedisse desculpa a todos os colegas, prometendo que seria a 1ª e única vez que tal aconteceria, caso contrário, deixaria de fazer parte do grupo.
Eu creio que todos merecem uma segunda oportunidade, e por isso esta seria na minha opinião, a forma mais correcta e pedagógica de lidar com a situação, no entanto, a disciplina é essencial para que um grupo funcione correctamente e acho que é importante que o atleta sinta a responsabilidade do seu acto e que não haverá lugar a uma 3ª oportunidade.
Creio que desta forma o atleta iria sentir-se responsabilizado pela sua acção e comprometido para com o treinador e restante grupo, que sentiria também que estas situações seriam sempre punidas de forma exemplar e imediata.
Quanto ao resto, relativamente ao "espírito desportivo", eu pessoalmente acho que é tudo muito variável, pois depende muito também da personalidade dos atletas, treinadores, dirigentes, da "cultura "do clube e do meio onde está inserido, e por isso, é impossível responder concretamente a essa questão, mas sinceramente acho que, na globalidade, os treinadores e dirigentes tentam passar uma mensagem positiva e desportista aos atletas, no entanto, por vezes as suas acções são contraditórias para com o que dizem, pois infelizmente para a maioria o importante é ganhar, e as pessoas por vezes acabam por agir de forma muito diferente do que dizem...
Quanto à se crianças/jovens adolescentes de hoje estão a praticar desporto (s) de qualidade e na (s) quantidade certas? Bem...eu acho que já muito se melhorou na última década, pois há cada vez menos "Treinadores de Tasco" (como diz o colega Francisco Fradilha) e já existe uma preocupação maior dos clubes em encontrar treinadores mais competentes, e também uma maior preocupação dos treinadores em querer evoluir, o que nos dá uma maior tranquilidade e segurança no presente e futuro, no entanto, ainda falta percorrer um caminho muito longo para que atinjamos o nível ideal...
Além dos treinadores que se estão a formar agora nos últimos anos, creio que os atletas de agora e que serão os treinadores do futuro é que irão mudar definitivamente esta situação, pois não nos esqueçamos que o Futsal ainda é uma modalidade muito recente e que ainda não existe na formação, um histórico muito grande de treinadores com uma mentalidade pedagógica e com a visão de que a formação existe essencialmente para ensinar a modalidade, qual a forma correcta de efectuar o passe, a recepção, as movimentações, etc, etc, ao contrário do ganhar de qualquer forma e seja de que maneira for...
Quanto à quantidade, eu acho que infelizmente os jovens portugueses deviam praticar mais desporto, pois já quase não se vêm miúdos a jogar a bola na rua como "no nosso tempo", preferindo as Playstations, Pc's, etc e isso é algo que me preocupa, pois a obesidade infantil continua a crescer de forma incontrolável, no entanto, também me preocupa o seguinte, o trabalho de alguns treinadores que, por formação incorrecta, mau planeamento ou desconhecimento, efectuam cargas físicas exageradas, incorrectas e desenquadradas a miúdos, principalmente nos escalões mais jovens, e que mais tarde irão sofrer, por exemplo, atrofias ou lesões graves nos músculos, ou o fenómeno de sub-rendimento, devido a esta situação muito preocupante.
Pensem nisto e opinem...
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